Pe Luiz Carlos de Oliveira CSsR
Apenas terminados os festejos do Momo de Carnaval, a comunidade reúne-se novamente em respeitoso e temeroso silêncio para receber as cinzas. São duas festas diferentes, mas que na realidade mostram a beleza do ser humano. Quando se perguntar quem somos nós, podemos responder que somos a alegria na fragilidade esperançosa. Parece estranho que a alegria se misture tão bem com a fragilidade. A alegria não é frágil, nem a fragilidade é triste e desesperadora. O ser humano, (o homem e a mulher) na sua constituição tem a fragilidade como projeto, pois não é um monumento de bronze perfeitamente talhado. Ele é um contínuo construir-se, ajustar-se, modelar-se. Não somos seres acabados, imutáveis.
A celebração das cinzas da quarta-feira, marcando o início do tempo santo da Quaresma, é a bela indicação de nossa origem: “Lembra-te homem que és pó e em pó te tornarás”. É uma ameaça dura que nos coloca diante dos olhos nossa realidade frágil e efêmera. Lembra-nos que um dia éramos pó, de acordo com a simpática narração da criação do homem. Esta lembrança comunica-nos o respeito a Deus, a necessidade do arrependimento, pois no final nós iremos prestar contas. Contudo, justamente por ser cinza é que podemos nos alegrar. É nossa condição: frágil. Somos um ser aberto e não um bloco de pedra imutável. Neste barro mole e frágil está nossa maior riqueza. Não somos definitivos. Crescemos, nos moldamos, nos adaptamos e nos construímos incessantemente. Parece um baile de Carnaval onde o corpo se move e se alegra. A massa do corpo vibrante vive e faz felicidade a partir daquilo que é frágil e é pó.
Somos o alegre caminhar e o alegre dançar porque nesta fragilidade, se expressa nosso ser e nosso modo de ser: homem e mulheres sempre em construção, sempre em movimento interior de vida e alegria. Mesmo na dor desta fragilidade, o ser humano é capaz de edificar a desde da alegria e da paz.
Diante disso, podemos concluir que a vida humana é projeto que se realiza e se reconstrói. Não há nada que seja totalmente definitivo, como não há nada que seja totalmente triste. Triste é quando esta fragilidade e leveza são destruídas por aqueles que querem ser donos do ser humano e domina-lo. Uma flor é bela se respeitado seu tempo de se abrir, quando não é violentada sua liberdade de ter sol e vento, quando não é cortada e jogada fora, como quando não se lhe reconhece o direito a mover-se, crescer, construir-se e participar.
No altar da vida, todas a alegrias e toda compunção das cinzas são duas faces do mesmo ofertório. O que faz nossa grandeza diante de Deus é estar nas mãos dele, deixar-se moldar, ou melhor, construir-se diante dele, olhando o projeto que ele tem para todo ser humano: ser feliz, mesmo sendo frágil. E nesta fragilidade, construir-se como um desfile alegre por pertencer a Deus e nele viver e mover-se.
Artigo (12.02.02)
Apenas terminados os festejos do Momo de Carnaval, a comunidade reúne-se novamente em respeitoso e temeroso silêncio para receber as cinzas. São duas festas diferentes, mas que na realidade mostram a beleza do ser humano. Quando se perguntar quem somos nós, podemos responder que somos a alegria na fragilidade esperançosa. Parece estranho que a alegria se misture tão bem com a fragilidade. A alegria não é frágil, nem a fragilidade é triste e desesperadora. O ser humano, (o homem e a mulher) na sua constituição tem a fragilidade como projeto, pois não é um monumento de bronze perfeitamente talhado. Ele é um contínuo construir-se, ajustar-se, modelar-se. Não somos seres acabados, imutáveis.
A celebração das cinzas da quarta-feira, marcando o início do tempo santo da Quaresma, é a bela indicação de nossa origem: “Lembra-te homem que és pó e em pó te tornarás”. É uma ameaça dura que nos coloca diante dos olhos nossa realidade frágil e efêmera. Lembra-nos que um dia éramos pó, de acordo com a simpática narração da criação do homem. Esta lembrança comunica-nos o respeito a Deus, a necessidade do arrependimento, pois no final nós iremos prestar contas. Contudo, justamente por ser cinza é que podemos nos alegrar. É nossa condição: frágil. Somos um ser aberto e não um bloco de pedra imutável. Neste barro mole e frágil está nossa maior riqueza. Não somos definitivos. Crescemos, nos moldamos, nos adaptamos e nos construímos incessantemente. Parece um baile de Carnaval onde o corpo se move e se alegra. A massa do corpo vibrante vive e faz felicidade a partir daquilo que é frágil e é pó.
Somos o alegre caminhar e o alegre dançar porque nesta fragilidade, se expressa nosso ser e nosso modo de ser: homem e mulheres sempre em construção, sempre em movimento interior de vida e alegria. Mesmo na dor desta fragilidade, o ser humano é capaz de edificar a desde da alegria e da paz.
Diante disso, podemos concluir que a vida humana é projeto que se realiza e se reconstrói. Não há nada que seja totalmente definitivo, como não há nada que seja totalmente triste. Triste é quando esta fragilidade e leveza são destruídas por aqueles que querem ser donos do ser humano e domina-lo. Uma flor é bela se respeitado seu tempo de se abrir, quando não é violentada sua liberdade de ter sol e vento, quando não é cortada e jogada fora, como quando não se lhe reconhece o direito a mover-se, crescer, construir-se e participar.
No altar da vida, todas a alegrias e toda compunção das cinzas são duas faces do mesmo ofertório. O que faz nossa grandeza diante de Deus é estar nas mãos dele, deixar-se moldar, ou melhor, construir-se diante dele, olhando o projeto que ele tem para todo ser humano: ser feliz, mesmo sendo frágil. E nesta fragilidade, construir-se como um desfile alegre por pertencer a Deus e nele viver e mover-se.
Artigo (12.02.02)
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