PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Por que a avareza é pecado?
É assustador ver como as pessoas se fecham, não refletem, principalmente quando se trata do bem-estar próprio. Quanto mais se tem riqueza, mais fechada é a pessoa.
Parece que tem medo do assédio, de perder, de ser importunada. No fundo é a insensibilidade que se cria em relação aos outros. A pessoa é o centro e nada do que circula ao redor lhe interessa. A pessoa vai se tornando avarenta.
A avareza é a procura desordenada, desregrada das riquezas, dos bens terrenos. Uma ansiedade na procura de adquirir riqueza. A sede de possuir sem se preocupar com os outros e até às custas dos outros.
Sem dúvida a função do trabalho é o desenvolvimento, o bem-estar, a promoção da pessoa. Ninguém condena o uso dos bens, condena-se a idolatria (Mt 6,24), o amor ao dinheiro que é a raiz de todos os males (1Tm 6,10). O mundo está nas mãos de pessoas, mas precisa se lembrar do fundamental: o mundo é de todos e para todos.
Assim os bens, embora sejam produzidos por alguns, não são propriedade deles, mas patrimônio com destinação social.
É difícil colocar na cabeça das pessoas que precisamos compartilhar, distribuir os bens que adquirimos e que nos são supérfluos. Faz mal ver tanto abuso de riqueza em mansões, jantares, férias, viagens, esse prato que a mídia oferece cada dia. Não há quem agüente esses desaforos sem ficar revoltado.
A busca desregrada dos bens gera a dureza de coração e a insensibilidade tão bem expressa pelo dito: “Eu ganhei, é meu; faço o que eu quero”.
O avarento pensa só em si, esquecido das efemeridades dos bens e de sua transitoriedade (Lc 12,15-21). Insensível, faz dos bens sua propriedade não se lembrando de que Deus é o Senhor da vida.
O avarento cria as diferenças sociais, o fenômeno da exclusão aumenta a miséria e favorece a violência. É revoltante a idolatria ao dinheiro com direito ao abuso, ao excesso, ao esbanjamento, quando a sociedade, cada vez mais ampliada por uma legião de irmãos carentes, está mostrando que a avareza lesa o direito fundamental dos pobres, faz crescer a violência como luta por uma vida digna, por escola, comida e moradia. A avareza cria a ciranda dos grandes negócios e a ambição no coração das pessoas que também querem ter as mesmas condições sociais e econômicas dos ricos.
Não há meios para mostrar aos avarentos que eles cavam a própria desgraça e a dos outros. Nada justifica a violência, mas também nada justifica a existência dessa classe privilegiada. Uma senhora rica me dizia: “Padre, é melhor chorar em cima de um piano, do quem em cima de um fogão a lenha”. Só que o piano já acabou.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 10
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
Por que a avareza é pecado?
É assustador ver como as pessoas se fecham, não refletem, principalmente quando se trata do bem-estar próprio. Quanto mais se tem riqueza, mais fechada é a pessoa.
Parece que tem medo do assédio, de perder, de ser importunada. No fundo é a insensibilidade que se cria em relação aos outros. A pessoa é o centro e nada do que circula ao redor lhe interessa. A pessoa vai se tornando avarenta.
A avareza é a procura desordenada, desregrada das riquezas, dos bens terrenos. Uma ansiedade na procura de adquirir riqueza. A sede de possuir sem se preocupar com os outros e até às custas dos outros.
Sem dúvida a função do trabalho é o desenvolvimento, o bem-estar, a promoção da pessoa. Ninguém condena o uso dos bens, condena-se a idolatria (Mt 6,24), o amor ao dinheiro que é a raiz de todos os males (1Tm 6,10). O mundo está nas mãos de pessoas, mas precisa se lembrar do fundamental: o mundo é de todos e para todos.
Assim os bens, embora sejam produzidos por alguns, não são propriedade deles, mas patrimônio com destinação social.
É difícil colocar na cabeça das pessoas que precisamos compartilhar, distribuir os bens que adquirimos e que nos são supérfluos. Faz mal ver tanto abuso de riqueza em mansões, jantares, férias, viagens, esse prato que a mídia oferece cada dia. Não há quem agüente esses desaforos sem ficar revoltado.
A busca desregrada dos bens gera a dureza de coração e a insensibilidade tão bem expressa pelo dito: “Eu ganhei, é meu; faço o que eu quero”.
O avarento pensa só em si, esquecido das efemeridades dos bens e de sua transitoriedade (Lc 12,15-21). Insensível, faz dos bens sua propriedade não se lembrando de que Deus é o Senhor da vida.
O avarento cria as diferenças sociais, o fenômeno da exclusão aumenta a miséria e favorece a violência. É revoltante a idolatria ao dinheiro com direito ao abuso, ao excesso, ao esbanjamento, quando a sociedade, cada vez mais ampliada por uma legião de irmãos carentes, está mostrando que a avareza lesa o direito fundamental dos pobres, faz crescer a violência como luta por uma vida digna, por escola, comida e moradia. A avareza cria a ciranda dos grandes negócios e a ambição no coração das pessoas que também querem ter as mesmas condições sociais e econômicas dos ricos.
Não há meios para mostrar aos avarentos que eles cavam a própria desgraça e a dos outros. Nada justifica a violência, mas também nada justifica a existência dessa classe privilegiada. Uma senhora rica me dizia: “Padre, é melhor chorar em cima de um piano, do quem em cima de um fogão a lenha”. Só que o piano já acabou.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 10
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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