III-OS CRISTÃOS E A EVANGELIZAÇÃO
Evangelizar é convidar os Homens a ser irmãos. O caminho da abundância e do sucesso humano passa pela partilha e a cooperação entre as pessoas, as instituições e as nações.
A Humanidade só terá um futuro com sucesso se as pessoas e as nações aprenderem a pôr as riquezas ao serviço do bem de todos.
Do mesmo modo, é fundamental pôr o poder ao serviço da fraternidade e o prazer ao serviço do amor.
A nossa vida tem sentido na medida em que vivemos para amar e nos vamos gastando pelas causas do amor.
Ao dar o mandamento do amor aos discípulos, Jesus estava a ensinar-lhes a arte de conhecer Deus, pois ninguém O pode conhecer se não amar os irmãos (1 Jo 4, 16).
A nossa fé tem como fundamento a mensagem da bíblia, esclarecida no nosso coração pela ação do Espírito Santo.
Tocar o coração de Deus é sintonizar com a ação do Espírito Santo em nós. São Paulo diz que é em sintonia com Deus que o Espírito Santo intercede em nós e por nós (Rm 8, 26-27).
A bíblia não é a Palavra de Deus encadernada. Não é correto agarrarmo-nos à bíblia como se as suas palavras fossem uma verdade mágica.
A bíblia é um conjunto de narrações que nos descrevem as experiências primordiais da nossa fé e, portanto, são mediação para acontecer em nós a verdade da revelação de Deus.
A bíblia não analisa fatos à maneira de um historiador, mas conta histórias para dizer a verdade e a força salvadora de Deus a atuar na História.
Evangelizar é comunicar a alegria da fé e criar condições para que esta seja saboreada e celebrada de modo comunitário.
Evangelizar é ajudar as pessoas a descobrirem e saborearem uma história de amor da qual elas também fazem parte.
A qualidade da nossa evangelização depende da compreensão que temos de Deus e do Homem e da nossa abertura à ação do Espírito Santo em nós.
Por outras palavras, quanto melhor conhecermos a Deus mais qualidade terá a nossa evangelização.
Quanto mais as pessoas crescem na fé, mais capacitadas estão para descobrirem as impressões digitais de Deus no entretecido da criação e na cadeia dos acontecimentos da História.
Uma mente que não evolua na capacidade de criar sentidos para a Vida e de interpretar os acontecimentos à luz da Palavra de Deus não será capaz de crescer na fé.
A evangelização deve conduzir a Cristo, pois ele é o ponto de encontro do melhor de Deus com o melhor do Homem.
A Encarnação é uma dinâmica de grandeza humano-divina que constitui uma união orgânica entre Deus e o Homem.
A partir do momento da Encarnação o Humano e o divino ficam unidos de modo orgânico e intrínseco como a cepa da videira com os seus ramos (Jo 15, 1-7).
A seiva que alimenta e revigora esta união orgânica é o Espírito Santo. É esta a verdade que afirmamos quando dizemos que o Filho de Deus encarnou pelo Espírito Santo.
É este o conteúdo da Nova Aliança, o qual não assenta na letra que mata, diz São Paulo, mas no Espírito Santo que vivifica (2 Cor 3, 6).
Isto significa que o Espírito Santo é o sangue da Nova Aliança, o qual leva a vida divina a todas as articulações e junturas que ligam a Humanidade.
Evangelizar é ajudar o Homem a amar a natureza como um dom especial de Deus. A natureza está zangada com o Homem. Isto quer dizer que Deus está magoado com o modo como o Homem se relaciona com a natureza.
É verdade que a natureza não precisa do Homem para se realizar de modo harmonioso nos seus ciclos: Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Mas o Homem pode agir contra o plano de Deus, alterando a harmonia da natureza. A natureza não precisa do Homem para realizar o plano de Deus, mas o Homem precisa da Natureza para se realizar como de modo equilibrado e feliz.
O animal não precisa de sentidos para viver. O Homem, pelo contrário, não pode se realizar sem sentidos e opções corretas em relação ao sentido da vida e às exigências da Criação.
Fonte: Pe. Calmeiro Matias CSsR (Razões para gostar de Deus)
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