Pe. João A. Mac Dowell S.J.
Fiquei intrigada, no dia 1º de janeiro, quando ouvi dizer que se celebrava a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. Lembrei-me então que também na "Ave Maria" usamos esta expressão. Mas não seria mais correto dizer que Maria é a mãe de Jesus? Como Deus pode ter mãe?
Esta proposta já foi feita há uns quinze séculos, por Nestório, bispo de Constantinopla. Diante dos protestos que choveram de todos os lados, reuniu-se um Concílio em Éfeso, no ano de 431, que reconheceu a legitimidade do título de Mãe de Deus, dado a Maria, e condenou as idéias de Nestório.
É preciso, porém, entender bem o que quer dizer a Igreja. O Filho de Deus, segunda pessoa da santíssima Trindade, existe com o Pai e o Espírito Santo, como um só Deus, desde toda a eternidade. Ele procede do Pai por uma geração espiritual, na qual não intervém evidentemente nenhuma criatura humana, nem tampouco Maria, que viveu em Nazaré no tempo de Herodes. Portanto, Maria não é mãe do Filho de Deus, quanto à sua origem divina e eterna. Ela é mãe do Filho de Deus, feito homem, Jesus, que nasceu em Belém.
Então - Você poderia retrucar - por que não dizer, como Nestório, que Maria não é Mãe de Deus, mas só Mãe de Jesus Cristo? O motivo de rejeitar esta posição é que Jesus não pode ser dividido em duas pessoas. Deus e o homem formam nele uma só pessoa, a pessoa do Filho de Deus, que assumiu a nossa natureza humana. Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem numa única pessoa divina.
Maria, mãe de Jesus, o Filho de Deus, deve ser chamada Mãe de Deus, porque a maternidade se refere sempre à pessoa. A mãe de um homem não é só a mãe de seu corpo, de seus órgãos, que se formaram em seu seio. Ela é mãe da pessoa toda. Assim também Maria é mãe de seu Filho, como pessoa, pessoa divina. Ela é Mãe de Deus, porque é Mãe de Jesus, que é o Filho de Deus em pessoa.
Esse título é, portanto, uma conseqüência da fé da Igreja na unidade de Cristo, uma só pessoa divina em duas naturezas, divina e humana. Mas ele realça também a dignidade da maternidade, de qualquer mãe, que, muito mais do que uma simples atividade biológica, é uma relação existencial entre duas pessoas, mãe e filho.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1E2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Fiquei intrigada, no dia 1º de janeiro, quando ouvi dizer que se celebrava a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. Lembrei-me então que também na "Ave Maria" usamos esta expressão. Mas não seria mais correto dizer que Maria é a mãe de Jesus? Como Deus pode ter mãe?
Esta proposta já foi feita há uns quinze séculos, por Nestório, bispo de Constantinopla. Diante dos protestos que choveram de todos os lados, reuniu-se um Concílio em Éfeso, no ano de 431, que reconheceu a legitimidade do título de Mãe de Deus, dado a Maria, e condenou as idéias de Nestório.
É preciso, porém, entender bem o que quer dizer a Igreja. O Filho de Deus, segunda pessoa da santíssima Trindade, existe com o Pai e o Espírito Santo, como um só Deus, desde toda a eternidade. Ele procede do Pai por uma geração espiritual, na qual não intervém evidentemente nenhuma criatura humana, nem tampouco Maria, que viveu em Nazaré no tempo de Herodes. Portanto, Maria não é mãe do Filho de Deus, quanto à sua origem divina e eterna. Ela é mãe do Filho de Deus, feito homem, Jesus, que nasceu em Belém.
Então - Você poderia retrucar - por que não dizer, como Nestório, que Maria não é Mãe de Deus, mas só Mãe de Jesus Cristo? O motivo de rejeitar esta posição é que Jesus não pode ser dividido em duas pessoas. Deus e o homem formam nele uma só pessoa, a pessoa do Filho de Deus, que assumiu a nossa natureza humana. Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem numa única pessoa divina.
Maria, mãe de Jesus, o Filho de Deus, deve ser chamada Mãe de Deus, porque a maternidade se refere sempre à pessoa. A mãe de um homem não é só a mãe de seu corpo, de seus órgãos, que se formaram em seu seio. Ela é mãe da pessoa toda. Assim também Maria é mãe de seu Filho, como pessoa, pessoa divina. Ela é Mãe de Deus, porque é Mãe de Jesus, que é o Filho de Deus em pessoa.
Esse título é, portanto, uma conseqüência da fé da Igreja na unidade de Cristo, uma só pessoa divina em duas naturezas, divina e humana. Mas ele realça também a dignidade da maternidade, de qualquer mãe, que, muito mais do que uma simples atividade biológica, é uma relação existencial entre duas pessoas, mãe e filho.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1E2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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