
PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Por que não modernizar a Igreja?
Fica difícil discernir o que fazer, se o critério para a participação na vida da Igreja está à mercê de opiniões. Quantos são os que reclamam que as missas dominicais são desanimadas e mortas, mas há outros que reclamam do barulho dos conjuntos e bandas que pretendem movimentar a celebração; não podemos esquecer-nos também dos domingueiros que fazem da Igreja um supermercado da fé.
Se a Igreja católica preocupar-se em competir com outras Igrejas para atrair pessoas, ela corre o risco de imitar as demais, esquecendo-se de sua identidade e sua profunda proposta de vida. Se a preocupação for transformar os encontros em “show” e em momentos de descontração, ela será apenas um lugar agradável e cai na onda da modernidade que não quer compromisso nem tem tempo para coisas mais profundas.
Vamos repetir a rotina dos programas de TV que não sabem mais o que inventar para atrair o público. Nossa criatividade pode ser grande, mas tem seu limite.
E não se trata de ser agradável, mas de celebrar a Palavra ou fazer Eucaristia, de mostrar que tem um projeto e uma proposta de vida retirados da Palavra e da práxis de Jesus. Tudo pode ter sua forma e seu revestimento. Se podemos apresentar a mensagem evangélica de forma mais agradável, por que não o fazer?
A riqueza dos momentos da Comunidade está na alegria de nos reunirmos criando a presença salvadora de Jesus em nosso meio, lembrando do que disse Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles”.
Mais importante que o lugar, são as pessoas e a consciência de ser Igreja, de ser comprometido pelo batismo testemunhando Jesus por meio de sua vivência e da comunidade. O que dizer de pessoas que deixam sua comunidade e procuram outras comunidades e templos só porque no seu bairro é tudo pobre e simples, lugar de gente humilde e sem acomodação? São incapazes de fazer comunhão com sua comunidade.
Nem podemos falar daquelas que procuram outras comunidades porque em sua comunidade não podem fazer sucesso e se sentem desvalorizadas, uma vez que não encontraram espaços para se mostrarem.
Também é um desconforto perceber que as celebrações ficam por conta de alguns que não abrem espaços para outros. Elas evocam a imagem dos fariseus que andavam procurando louvores e faziam tudo para aparecer perante a comunidade. Não percebem que estão fechando a porta para os outros que também podem ter um espaço na comunidade.
Devemos modernizar a Igreja sem, contanto, desfigurá-la. Modernizar a Igreja significa modernizar a nós mesmos procurando o que realmente é necessário e tem valor; buscar o profundo e não se contentar com exterioridades.
Do livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 11
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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