PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Ordenação sacerdotal de mulheres é possível?
Há muitas perguntas sobre o assunto. Essa é uma questão que deveria estar em pauta nas discussões de hoje, face à falta de sacerdotes e à função das mulheres na vida social.Na oportunidade em que uma jovem alemã fez a Paulo VI uma petição para receber o sacramento da ordem, ela obteve uma resposta negativa e isso foi assunto de muitos jornais, inclusive o “Osservatore Romano”, que numa série de artigos expôs razões de caráter tradicional que se opõem ao sacerdócio das mulheres.Tivemos casos que não compete aqui discutir a validade na Igreja sueca e reformada, de origem calvinista, também na Igreja Anglicana. Casos que tiveram as mais diversas reações. Na Igreja católica não tivemos nenhum caso, porque não é essa a orientação.Por outro lado precisamos reconhecer que se trata de um problema real que exige estudo com maior profundidade. A maior parte dos argumentos apresentados para não aceitar a ordenação de mulheres está vinculada à condição própria das mulheres em épocas anteriores, e especialmente no fato de que não convinha que elas presidissem e ensinassem. Esses argumentos hoje carecem de fundamentos, pois hoje as mulheres têm acesso a todas as funções que eram específicas dos homens. A única razão ainda válida é a que se baseia na tradição da vida da igreja. E também a Igreja católica não julgou necessário lançar mão disso para mudar a tradição.Pelo fato de não aceitar o sacerdócio das mulheres, isso não quer dizer e nem significa que elas devem ser excluídas ou que a Igreja as discrimine. Elas continuam sendo chamadas para as mais diversas funções na comunidade e as exercem com competência.Houve, em tempos antigos, diaconisas que atendiam administrando a unção dos enfermos a mulheres doentes e trabalhavam como ministras da eucaristia levando comunhão. Tivemos também, no mundo greco-bizantino, as abadessas dos monastérios que podiam distribuir a comunhão. De modo que não seria de todo novidade termos num primeiro passo as diaconisas hoje. E daqui para se chegar ao sacerdócio hierárquico é mais outro passo. Falta mesmo mais estudo da questão e mais amadurecimento da idéia.Respeitamos a caminhada da Igreja, que a meu ver, devia já rever a participação e exercício do ministério sacerdotal no caso dos sacerdotes casados e depois partir para um aproveitamento do potencial das mulheres nos ministérios. Em todo caso é melhor sonhar do que não dormir.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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