IR. ULRICO CSsR (JOSÉ KAMMERMEIER)
13 DE OUTUBRO 1946+
De família pobre e religiosa, Irmão Ulrico herdou de seus pais a disposição para o trabalho, ótima saúde, bem como uma piedade sincera e firme. Veio para o Brasil em 1894 com a primeira turma, sendo logo designado para a Fundação de Campinas(GO). Era com entusiasmo e visível
saudade que, em seus últimos anos, ele recordava as peripécias vividas na primeira fundação em terras goianas. Acompanhado de algum outro colega, e de madrugada, ia para o mato cortar madeira para a construção da casa . Nem as chuvas torrenciais que lhes encharcavam a batina, interrompiam aquele trabalho que só terminava ao anoitecer. Em casa, a alimentação não passava de arroz e feijão. Somente no dia onomástico do Geral, foi permitido a cada confrade saborear uma rolinha, resultado de uma caçadaque fizeram... Passavam as noites guerreando com toda espécie de mosquitos, deitados no chão, sobre um couro de boi.
Homem dos setes instrumentos, Irmão Ulrico era cantor, e aprendeu a tocar um pouco de harmônio, para solenizar as missas e rezas na igreja. Era ele quem fabricava o vinho para as celebrações, e o seu famoso vinho de tucum chegou a ser premiado numa exposição no Rio de Janeiro. Sempre disposto para qualquer trabalho, nem por isso ele se descuidava da sua vida interior.
Quando não trabalhando, lá estava ele na capela, com seu terço às mãos, ou fazendo a Via Sacra. Escrupuloso na observância, era com impressionante humildade que, às vezes, até nos recreios, censurava alguma falta sua, involuntária. Primava pelo respeito aos padres e superiores, e em qualquer reunião, mesmo nos recreios, procurava o último lugar. Transferido para Araraquara em seus últimos anos, trabalhou enquanto teve forças, na casa ou na horta. E quando se viu impossibilitado de qualquer atividade, era chorando que ele se dizia um Irmão inútil e indigno da Congregação. Mostrou, porém, grande confiança e admirável coragem, quando percebeu que a morte se aproximava.
Rezando sempre e pedindo perdão de suas faltas, teve uma agonia tranqüila, entregando sua alma ao Pai a 13 de outubro de 1946.
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