PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Como usufruir os dons da mãe Terra?
Nas coisas mais simples Deus mostra seu amor e sua bondade. Olhamos os grandes feitos por mãos humanas, ficamos admirados e com os olhos cheios pela beleza, mas não sabemos tomar nas mãos um punhado de terra e fazer nosso ato de fé ao nos voltarmos a essa mãe Terra que nos fornece a colheita. Nada mais belo do que a terra, nada mais simples que a água.O pão e o vinho, frutos da terra, são a lembrança de um Deus que cuida das aves, dos animais e de todos nós. São o resumo dos bens que a terra nos oferece em sua gratuidade.Nessa época de exploração do espaço, cheia de notícias de novos planetas, não conseguimos ver nenhum outro planeta como a mãe Terra, cujo dorso cultivamos e de cuja bondade vivemos.E quando vemos a abundância nas mãos de alguns e o chamado constante dos meios de comunicação para um modo de viver que é próprio só para alguns privilegiados, nos esquecemos da multidão que passa fome e se vê excluída do direito de viver numa terra que é de todos e para todos. A terra não lhe negou o alimento, ela é suficiente para todos, mas nas mãos do homem a terra se torna insuficiente e produz a morte de muitos.A terra não é máquina, não é objeto para a produção em cadeia. O desrespeito constante e contínuo à terra e aos bens nela gerados produz a destruição. E em cada árvore e em cada ser que morre, morre também um pouco de nós.
Não podiam o interesse descontrolado e a ambição humana desconhecerem os rudimentos da vida que é gerada continuamente na natureza. Não podemos ver tantos desmandos por parte daqueles que são hóspedes rápidos dessa mãe Terra. Ela é respeitosa e acolhedora, mas se lhe tirarmos as condições de vida, ela nos oferecerá a morte. É necessário reconstruir as raízes da vida através de uma nova mentalidade e do despertar da sensibilidade humana.O solo que pisamos é abençoado e, ao tomarmos nas mãos um punhado de terra, saibamos agradecer e fazer nosso ato de fé no valor da vida. Cremos na vida que a Terra nos oferece e caminhamos agradecidos pelos dias que se seguem numa seqüência imutável das horas.Sentimos no coração a degradação em nome do progresso e do desenvolvimento, o lixo acumulado pela nossa falta de educação, pela falta de sensibilidade de muitos que jogam papéis pelas ruas. Amanhã vão escrever estórias como essa: "Meus pais falavam de um planeta azul, cheio de vida e abençoado".,. É mais um capítulo do livro do Gênesis, onde o paraíso se fechou ao homem que não soube respeitá-lo.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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