PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
LEMBRANÇAS QUE NUNCA SE APAGAM
Dona Maria Olzita dos Santos, conhecida por Nega, guarda com carinho algumas lembranças que ganhava do Pe. Pelágio quando tinha seus três anos. Ela mesma nos contou, comovida até as lagrimas:
- Morávamos na fazenda Buriti Sereno, perto de “Aparecidinha”. Pe. Pelágio sempre se hospedava conosco em suas desobrigas. Meu avô Antônio Lourenço Ribeiro, foi seu companheiro diversas vezes. Dispunha de duas mulas, a “Fumacinha” e a outra do pelo vermelho. A Fumacinha era mais mansa, por isso ficava reservada para o Pe. Pelágio.
- A senhora mostrou-me umas relíquias ou lembranças que ganhou do Pe. Pelagio. Explique-nos alguma coisa a esse respeito.
- Há mais de setenta anos guardo uma cruzinha que ele tirou do seu rosário e deu para o meu avô. Esta cruzinha tem uma singularidade que não se vê mais. No centro há um espécie de “olho mágico” minúsculo. Ajustando-o no olho, a gente vê, ampliada, a imagem de um santo. Na cruzinha que herdei do meu avô se vê a imagem de São Luis Gonzaga.Guardo também uma pequena medalha de bronze que ganhei no Catecismo, quando apesar dos meus poucos anos, respondi certo uma pergunta que ninguém sabia responder.
- Você falou em Catecismo. Como isso acontecia durante as desobrigas?
- Nos intervalos, após a missa e enquanto se esperava o almoço, Pe. Pelágio reunia as crianças debaixo de uma árvore e dava lições básicas de Catecismo. A mim, que tinha três aninhos ainda, ele punha no colo enquanto catequizava.
- Você disse que se lembra dele e reza para ele todas as noites.
- Sim, porque alcancei tantas graças por meio dele. Só uma eu não consegui, Deus sabe o motivo. Foi a cura do meu marido João, que Deus o tenha. Foi vítima derrame tão forte, que perdeu até a fala. Cuidei dele durante nove anos, até sua morte, ocorrida há poucos meses. Mas ele concedeu-me tantas outras graças. Tive a alegria de criar e formar meus cinco filhos. Jamais me esquecerei da convivência que tive com o bom Pe. Pelágio. Rezo todos os dias por ele e para ele. Tenho uma tão grande saudade dele, que jamais se apagará da minha memória.
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