PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
LEONIDES BATISTA NÃO SE ESQUECE
A infância de Dona Leonides Batista da Silva está intimamente ligada com a imagem saudosa do Pe. Pelágio, de quem foi aluna de catecismo e com quem fez sua Primeira Comunhão em Trindade. Ela mesma vai contar, sem preocupação de ordem, o que a memória vai trazendo à tona: - Eu era muito pequena quando me mudei de Trindade para Goiânia. Mesmo assim me lembro com saudade de muitas passagens daquele tempo.Foi um tempo maravilhoso. Sempre me lembro daquela igreja cheia de crianças com suas catequistas, e do Pe. Pelágio no meio delas, sempre sorridente. A gente cantava com força e entusiasmo o canto cantado até hoje: “Vinde Santo Espírito, dos céus ajudai-nos,e de vossa luz um raio mandai-nos”. Quem dava a lição direitinho, ganhava pontos que a gente guardava com cuidado, pois valiam prêmios no fim do ano.Por ocasião das festas do Catecismo Pe Pelágio formava aquelas mesas enormes no quintal da casa dos padres. Quem não tinha traje de Primeira Comunhão, ele o emprestava.Quando eu ia para a escola, passava na casa dos padres e puxava o sininho da portaria. Quem vinha atender? Era o Pe. Pelágio. Na minha ingenuidade infantil, eu pedia um trocado para comprar o lanche. Ele corria para dentro, remexia numa caixa de níqueis (pois eu escutava o barulho), e voltava sorridente com a moeda. Nas procissões usavam-se velas de cera feitas em casa. Outras vezes o sacristão passava no meio do povo distribuindo velas gratuitamente. Não me esqueço do sacristão que acendia as velas e candeias com uma vara comprida, tendo na ponta o pavio e ao mesmo tempo o apagador. Lembro-me do Pe. Pelágio tocando harmônio durante as funções religiosas. À noite ele rezava o terço com o povo. Gostava de rezar passando pelo corredor central, indo e vindo, observando os fiéis com aqueles olhinhos vivos. Depois que nos mudamos para Goiânia, eu vinha todos os anos a Trindade por ocasião da festa do Divino. Ficava feliz ao ver o Pe. Pelágio no meio da igreja, dando atenção para um e para outro, sempre com o sorriso nos lábios.Ficava hospedada com minha mãe na casa de dona Alexandrina. Assim podia saborear aquele clima de festa: Barraquinhas nas calçadas, pares de noivos caminhando para a igreja, mastros e fogueiras de São João com vários metros de altura (os festejos juninos ficavam muito próximos da festa do Divino); os leilões de prendas e até de animais; as promessas complicadas que os devotos faziam; as ruas enfeitadas com bananeiras. Já ouvi muitas pessoas dando testemunho sobre curas e virtudes do Pe. Pelágio. Ele foi realmente um homem capacitado, cheio de virtudes.
Eu tenho o Pe. Pelágio como um santo, mesmo antes que se abrisse o processo pela sua canonização. Por ele eu ponho a mão no fogo, pois eu o conheço desde a minha infância. Criança vê as coisas melhor do que gente grande. Padre Pelágio é uma bênção do céu para nós, assim termina o depoimento de dona Leonides.
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