PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Que o rei se encante com tua beleza
Ao celebrarmos a festa de N. S. Aparecida, somos chamados a contemplar Maria no mistério de Cristo e, ao mesmo tempo, a vida do povo ao qual foi dada como Mãe e Rainha. Nós contemplamos Maria na vida e na missão de Cristo. Deus, em Cristo, quis salvar toda a humanidade. Salvar significa, em primeiro lugar, comunicar sua vida para que a vivamos em nossa condição humana. Deus preparou a vinda do Filho durante todos os séculos de nossa história. O último toque nessa pintura foi criar aquela que O iria gerar. O prefácio da missa assim reza: “A fim de preparar para vosso Filho mãe que fosse digna dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude de vossa graça [...] Puríssima na verdade devia ser a Virgem que nos daria o Salvador”. O Filho Eterno, saindo do seio do Pai, encontra outro seio capaz de gerá-lo para ser o resplendor de sua glória (Hb 1,15). Em Maria, síntese de todo o criado, Deus contemplou toda sua obra e “viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Maria, unida a seu Filho, é luz refletida da beleza de Deus. Cada criatura é também uma centelha dessa beleza. Na vida de Maria contemplamos também a vida de nosso povo. Ela é a realização mais perfeita dos redimidos. Deus se encanta também com seu povo. Cada pessoa, pois, mesmo vítima do pecado que desfigura a imagem de Deus, é restaurada pelo germe divino que ali faz morada. Celebrar Nossa Senhora é celebrar o povo de Deus em caminho para um novo céu e uma nova terra, vida nova aberta a todos.
A terra veio em socorro da mulher
Maria entrou na história da humanidade para ser canal da amorosa misericórdia de Deus. É misericórdia sob a forma de mulher. Fazendo parte do povo de Deus, livre de toda a mancha do pecado, Ela não é uma exceção, mas a certeza que Deus nos dá de realizar-se, em nós também, a mesma redenção. Ela, reflexo da beleza de Deus, é também imagem da Igreja, de todo o povo necessitado. A Igreja, unida a Cristo, sofre os padecimentos da perseguição. A misericórdia de Deus, através de tantos meios, vem sempre em socorro de seu povo, de todos os que buscam a verdade e a justiça. Deus o faz através de seu Filho, que assumiu nossa natureza humana. Redimida por essa misericórdia, Maria estende-a a todo o povo. Ela é a mãe da misericórdia. Vem em socorro de seu povo. Sendo “modelo e advogada nossa, intervém constantemente em favor de seu povo” (Prefácio). Ela é a intercessão misericordiosa. A doce ternura de Deus, estampada no rosto de N. S. Aparecida, é caminho aberto à redenção. Maria, nas bodas de Caná, mostra sua solicitude junto a seu Filho. Quer o vinho novo para a vida de seu povo.
O povo de Deus necessitado de redenção
A oração da festa pede a Deus que “conceda ao povo brasileiro, fiel a sua vocação e vivendo na paz e na justiça, chegar à pátria definitiva”. Maria estimula o povo à justiça e à paz. Estas se conquistam, como reza a oração pós-comunhão, “irmanando-se nas tarefas de cada dia para a construção do vosso Reino”. O povo necessitado de redenção necessita de uma Ester que se arrisque pelo seu povo. A Igreja tem essa missão de comparecer “diante do leão” (Est 4,17r), na confiança e fortaleza da fé. O povo necessitado de redenção necessita da intercessão de Maria., ama-a com um amor bonito. Mas a devoção a N. S. Aparecida supõe que, com Ela, sejamos redentores do povo sofrido. Sem isso seria vazia e pouco agradável à Mãe solícita por seus filhos. Seus olhares pousam sobre nós.
Leituras: Ester 5,1-2; 7,2-3; Salmo Apocalipse 12,1.5.13ª.15-16; Jo 2,1-11.
Ficha:
Na festa de N. S. Aparecida contemplamos Maria no Mistério de Cristo e na vida do povo ao qual foi dada como Mãe e Rainha. Deus preparou o universo para receber seu Filho. O último toque é a criação daquela que O iria gerar. Foi preservada do pecado e cheia de toda graça. Em Maria, síntese de todo o criado, Deus contempla sua obra e vê que tudo é muito bom. Deus se encanta também com seu povo, pois, mesmo desfigurado pelo mal, tem em si o germe divino.
Maria entrou na história da humanidade para ser canal da amorosa misericórdia de Deus. Ela é a certeza que Deus nos dá de realizar-se em nós a redenção. Ela é também imagem da Igreja, de todo o povo necessitado. Redimida por seu Filho, estende sua misericórdia a todos.
Maria estimula à justiça, à paz e a irmanar-se nas tarefas de cada dia para a construção do Reino. O povo necessita de uma Ester que se arrisque por ele. À Igreja compete essa missão. A devoção a Maria supõe que sejamos redentores dos sofridos. Que Ela olhe por nós.
NOSSA SENHORA DO OLHAR
Virgem Negra,
Pretinha de tempo,
incrustada luzente
no topo dos coqueiros.
Mãe Maria,
Mãe, Senhora preta.
Olhos molhados
Do ver da gente.
São eles olhares cansados
De ver nos olhos,
Olhar distante.
Olhos grandes de esperançosa vida
Vida em corpo quebrado.
(Pe. Luiz Carlos) 23.05.79
Que o rei se encante com tua beleza
Ao celebrarmos a festa de N. S. Aparecida, somos chamados a contemplar Maria no mistério de Cristo e, ao mesmo tempo, a vida do povo ao qual foi dada como Mãe e Rainha. Nós contemplamos Maria na vida e na missão de Cristo. Deus, em Cristo, quis salvar toda a humanidade. Salvar significa, em primeiro lugar, comunicar sua vida para que a vivamos em nossa condição humana. Deus preparou a vinda do Filho durante todos os séculos de nossa história. O último toque nessa pintura foi criar aquela que O iria gerar. O prefácio da missa assim reza: “A fim de preparar para vosso Filho mãe que fosse digna dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude de vossa graça [...] Puríssima na verdade devia ser a Virgem que nos daria o Salvador”. O Filho Eterno, saindo do seio do Pai, encontra outro seio capaz de gerá-lo para ser o resplendor de sua glória (Hb 1,15). Em Maria, síntese de todo o criado, Deus contemplou toda sua obra e “viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Maria, unida a seu Filho, é luz refletida da beleza de Deus. Cada criatura é também uma centelha dessa beleza. Na vida de Maria contemplamos também a vida de nosso povo. Ela é a realização mais perfeita dos redimidos. Deus se encanta também com seu povo. Cada pessoa, pois, mesmo vítima do pecado que desfigura a imagem de Deus, é restaurada pelo germe divino que ali faz morada. Celebrar Nossa Senhora é celebrar o povo de Deus em caminho para um novo céu e uma nova terra, vida nova aberta a todos.
A terra veio em socorro da mulher
Maria entrou na história da humanidade para ser canal da amorosa misericórdia de Deus. É misericórdia sob a forma de mulher. Fazendo parte do povo de Deus, livre de toda a mancha do pecado, Ela não é uma exceção, mas a certeza que Deus nos dá de realizar-se, em nós também, a mesma redenção. Ela, reflexo da beleza de Deus, é também imagem da Igreja, de todo o povo necessitado. A Igreja, unida a Cristo, sofre os padecimentos da perseguição. A misericórdia de Deus, através de tantos meios, vem sempre em socorro de seu povo, de todos os que buscam a verdade e a justiça. Deus o faz através de seu Filho, que assumiu nossa natureza humana. Redimida por essa misericórdia, Maria estende-a a todo o povo. Ela é a mãe da misericórdia. Vem em socorro de seu povo. Sendo “modelo e advogada nossa, intervém constantemente em favor de seu povo” (Prefácio). Ela é a intercessão misericordiosa. A doce ternura de Deus, estampada no rosto de N. S. Aparecida, é caminho aberto à redenção. Maria, nas bodas de Caná, mostra sua solicitude junto a seu Filho. Quer o vinho novo para a vida de seu povo.
O povo de Deus necessitado de redenção
A oração da festa pede a Deus que “conceda ao povo brasileiro, fiel a sua vocação e vivendo na paz e na justiça, chegar à pátria definitiva”. Maria estimula o povo à justiça e à paz. Estas se conquistam, como reza a oração pós-comunhão, “irmanando-se nas tarefas de cada dia para a construção do vosso Reino”. O povo necessitado de redenção necessita de uma Ester que se arrisque pelo seu povo. A Igreja tem essa missão de comparecer “diante do leão” (Est 4,17r), na confiança e fortaleza da fé. O povo necessitado de redenção necessita da intercessão de Maria., ama-a com um amor bonito. Mas a devoção a N. S. Aparecida supõe que, com Ela, sejamos redentores do povo sofrido. Sem isso seria vazia e pouco agradável à Mãe solícita por seus filhos. Seus olhares pousam sobre nós.
Leituras: Ester 5,1-2; 7,2-3; Salmo Apocalipse 12,1.5.13ª.15-16; Jo 2,1-11.
Ficha:
Na festa de N. S. Aparecida contemplamos Maria no Mistério de Cristo e na vida do povo ao qual foi dada como Mãe e Rainha. Deus preparou o universo para receber seu Filho. O último toque é a criação daquela que O iria gerar. Foi preservada do pecado e cheia de toda graça. Em Maria, síntese de todo o criado, Deus contempla sua obra e vê que tudo é muito bom. Deus se encanta também com seu povo, pois, mesmo desfigurado pelo mal, tem em si o germe divino.
Maria entrou na história da humanidade para ser canal da amorosa misericórdia de Deus. Ela é a certeza que Deus nos dá de realizar-se em nós a redenção. Ela é também imagem da Igreja, de todo o povo necessitado. Redimida por seu Filho, estende sua misericórdia a todos.
Maria estimula à justiça, à paz e a irmanar-se nas tarefas de cada dia para a construção do Reino. O povo necessita de uma Ester que se arrisque por ele. À Igreja compete essa missão. A devoção a Maria supõe que sejamos redentores dos sofridos. Que Ela olhe por nós.
NOSSA SENHORA DO OLHAR
Virgem Negra,
Pretinha de tempo,
incrustada luzente
no topo dos coqueiros.
Mãe Maria,
Mãe, Senhora preta.
Olhos molhados
Do ver da gente.
São eles olhares cansados
De ver nos olhos,
Olhar distante.
Olhos grandes de esperançosa vida
Vida em corpo quebrado.
(Pe. Luiz Carlos) 23.05.79
Outubro/2006
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