O Brasil é o único país que possui o horário eleitoral gratuito – e eu adoro!... Aquele horário de alguns minutos num dá pra nada... é horrível!...Mas adoro o horário de dez ou mais minutos... Tomar um banho, bato um papo com a Família... por um tempo, fico livre da TV – que também, quase sempre, leva a nada!
"terás sempre em dobro aquilo que desejares aos outros".
CONGONHAS
São José
O dormitório, a sala de estudos e a capela do Seminário em Congonhas localizavam-se no terceiro andar.
Antes de cada aula tínhamos meia hora de preparação na sala de estudos e depois descíamos para a sala de aula, passando por uma escada em que, em uma de suas paredes, havia uma estampa de São José. Talvez a falta do pai, essa foto de uma pintura, famosa na Europa, impressionou-me desde quando me deparei com ela pela primeira vez. Encontros vários ao dia, e quanto mais a via, mais a achava interessante e cheia de detalhes.
Um São José meio velho, de barbas longas, carregando um Menino Jesus belo e meigo, de um ano e meio mais ou menos, bochechas rosadas, cabelos loiros e cacheados – num sorriso de satisfação, penso que por estar seguro no colo do pai. Do lado esquerdo, São José segura um pé de lírio, com alguns. O lírio, símbolo de São José.
Em Lafaiete, minha loja era em frente à Igreja São João – igreja de linhas simples, porém imponente e bem construída, com uma torre bem alta. Sempre desejei visitar a torre, e externava esse meu desejo para os ajudantes da Igreja.
Dona Geni, a melhor colaboradora do Padre Cornélio, convidou-me a visitar a torre. O primeiro andar após o coro serve de depósito de quadros e restos de decoração da Igreja. Jogadas no meio dessa bagulhada, duas estampas antigas, emolduradas simplesmente, encostadas num canto: um São José e um Sagrado Coração de Jesus. Interessei-me pelos quadros e Dona Geni pediu ao Padre Vigário que me desse o Sagrado Coração. Depois de algum tempo ela renovou o pedido e recebi o São José.
O São José era igual ao encontrado na escada do Seminário: a estampa, bem maior, um pouco rasgada e a moldura quebrada. Restaurada, e com nova moldura, coloquei-a no meio de minha escada – descendo, ou subindo, passa um mundo de lembranças boas...
Estampas alemãs, de 1932, e no rodapé impresso Sagrado Coração de Jesus em sete línguas.
Durante nossos estudos na grande sala, os padres que nos acompanhavam atravessavam-na por inteiro, pra lá e pra cá, rezando o breviário – essa reza durava horas no rolar do dia. Na Casa de Campo, onde passávamos as férias, os padres rezavam-no ao ar livre e eram notados pelo pessoal dos arredores.
Vigias noturnos que rondam os imensos galpões da Açominas, localizada ali perto, em Ouro Branco, juram topar com um padre redentorista rezando o breviário. Pela descrição, seria o Padre Gregório, iniciador da Casa de Campo?...
Profissões
Fim de ano no Seminário, os seminaristas éramos nomeados para algumas profissões durante o ano seguinte.
Indicavam-me para desenhista. Os desenhistas escreviam faixas, desenhavam programas de festas, alguns desenhos ou pinturas na capela ou para as peças de teatro.
Três os sacristãos: o primeiro era o Luciano, Dalton o segundo. Comecei pelo terceiro, e segundo no ano seguinte.
Podia pegar os animais para o museu de história natural. Os peçonhentos, venenosos, não colocados no museu, eram enviados para o Butantã em São Paulo. Durante as férias na Casa de Campo, íamos recolhendo as cobras e colocando-as em caixas enviadas pelo Butantã e no final, em um pátio interno, soltava as cobras e alguns sapos para elas comerem. Os meninos mais novos debruçavam-se no parapeito da varanda e se admiravam de eu estar ali no meio daqueles bichos pavorosos para alguns. Urutus as cobras mais comuns na região (90%), aparecendo de quando em vez as corais e, raramente, a jararaca e a chocalheira cascavel.
Era bom nos esportes – exceção na família! – principalmente futebol, mas também pertencia ao time de basquete e vôlei. Meu neto, o João Pedro, é muito bom no futebol e natação; já o Luis Filipe é um canhoto craque no futebol!
Bastante destemido nos passeios nas grutas e serras – topava tudo!
Desenhista, sacristão, pegador de bichos, museu, organista – no esporte futebol, vôlei e basquete – gostava de me aventurar em tudo...
Benedito Franco
São José
O dormitório, a sala de estudos e a capela do Seminário em Congonhas localizavam-se no terceiro andar.
Antes de cada aula tínhamos meia hora de preparação na sala de estudos e depois descíamos para a sala de aula, passando por uma escada em que, em uma de suas paredes, havia uma estampa de São José. Talvez a falta do pai, essa foto de uma pintura, famosa na Europa, impressionou-me desde quando me deparei com ela pela primeira vez. Encontros vários ao dia, e quanto mais a via, mais a achava interessante e cheia de detalhes.
Um São José meio velho, de barbas longas, carregando um Menino Jesus belo e meigo, de um ano e meio mais ou menos, bochechas rosadas, cabelos loiros e cacheados – num sorriso de satisfação, penso que por estar seguro no colo do pai. Do lado esquerdo, São José segura um pé de lírio, com alguns. O lírio, símbolo de São José.
Em Lafaiete, minha loja era em frente à Igreja São João – igreja de linhas simples, porém imponente e bem construída, com uma torre bem alta. Sempre desejei visitar a torre, e externava esse meu desejo para os ajudantes da Igreja.
Dona Geni, a melhor colaboradora do Padre Cornélio, convidou-me a visitar a torre. O primeiro andar após o coro serve de depósito de quadros e restos de decoração da Igreja. Jogadas no meio dessa bagulhada, duas estampas antigas, emolduradas simplesmente, encostadas num canto: um São José e um Sagrado Coração de Jesus. Interessei-me pelos quadros e Dona Geni pediu ao Padre Vigário que me desse o Sagrado Coração. Depois de algum tempo ela renovou o pedido e recebi o São José.
O São José era igual ao encontrado na escada do Seminário: a estampa, bem maior, um pouco rasgada e a moldura quebrada. Restaurada, e com nova moldura, coloquei-a no meio de minha escada – descendo, ou subindo, passa um mundo de lembranças boas...
Estampas alemãs, de 1932, e no rodapé impresso Sagrado Coração de Jesus em sete línguas.
Durante nossos estudos na grande sala, os padres que nos acompanhavam atravessavam-na por inteiro, pra lá e pra cá, rezando o breviário – essa reza durava horas no rolar do dia. Na Casa de Campo, onde passávamos as férias, os padres rezavam-no ao ar livre e eram notados pelo pessoal dos arredores.
Vigias noturnos que rondam os imensos galpões da Açominas, localizada ali perto, em Ouro Branco, juram topar com um padre redentorista rezando o breviário. Pela descrição, seria o Padre Gregório, iniciador da Casa de Campo?...
Profissões
Fim de ano no Seminário, os seminaristas éramos nomeados para algumas profissões durante o ano seguinte.
Indicavam-me para desenhista. Os desenhistas escreviam faixas, desenhavam programas de festas, alguns desenhos ou pinturas na capela ou para as peças de teatro.
Três os sacristãos: o primeiro era o Luciano, Dalton o segundo. Comecei pelo terceiro, e segundo no ano seguinte.
Podia pegar os animais para o museu de história natural. Os peçonhentos, venenosos, não colocados no museu, eram enviados para o Butantã em São Paulo. Durante as férias na Casa de Campo, íamos recolhendo as cobras e colocando-as em caixas enviadas pelo Butantã e no final, em um pátio interno, soltava as cobras e alguns sapos para elas comerem. Os meninos mais novos debruçavam-se no parapeito da varanda e se admiravam de eu estar ali no meio daqueles bichos pavorosos para alguns. Urutus as cobras mais comuns na região (90%), aparecendo de quando em vez as corais e, raramente, a jararaca e a chocalheira cascavel.
Era bom nos esportes – exceção na família! – principalmente futebol, mas também pertencia ao time de basquete e vôlei. Meu neto, o João Pedro, é muito bom no futebol e natação; já o Luis Filipe é um canhoto craque no futebol!
Bastante destemido nos passeios nas grutas e serras – topava tudo!
Desenhista, sacristão, pegador de bichos, museu, organista – no esporte futebol, vôlei e basquete – gostava de me aventurar em tudo...
Benedito Franco
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