SITE DO PE.PELÁGIO CSsR...PELO PE.CLÓVIS CSsR - 21

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR

A VIAGEM DOS REDENTORISTAS PARA CAMPININHAS

Dia 5 de novembro de 1894 começou a viagem dos primeiros redentoristas destinados à fundaçãor da comunidade de Goiás. Partiriam de São Paulo com destino a Campininhas ou Campinas das Flores. Foi uma verdadeira viagem de heróis.

Até Uberaba tudo correu mais ou menos bem, nos vagões\passageiros da Estrada de Ferro. Talvez se assustassem com os rolos de fumaça escura que saíam da chaminé da locomotiva, denominada pelo povo “Maria Fumaça”.

Em Uberaba, foram recebidos com banda de música e foguetes. Pena que um foguete explodiu na mão do proprio fabricante, abalando a população da cidade.

O subdiácono Lourenço Hubbauer, cronista da expedição continua: “Após alguns dias de descanso nessa cidade mineira e hospitaleira, continuamos a viagem, pois chegou a tropa que deveria levar-nos ao destino. Pe. Inácio de Souza, vigário de Campininhas viera receber-nos escoltado por diversos guias e cavaleiros.

No dia 17 de novembro a “bandeira da Fé” foi se adentrando pelo sertão durante um mês Para quem nunca montou um animal, a jornada iria se transformar em “ais” e “suspiros” permeados de jaculatórias em alemão.

E assim os dias foram se escoando num trocar constante de montarias. Perigos em terra, perigos das feras, perigos de falsos amigos. Eram animais que escapavam, açoites das tempestades no rosto, chuvas torrenciais que nessa época fustigavam os viajantes.

Presenciaram festas do Divino, costumes e almoços típicos do sertão. Tiveram noites bem dormidas e mal dormidas devido aos “percevejos e piolhos de galinha”.

Chegou finalmente a última caminhada dessa marcha batida, penosa e dolorida: surgiu o bairro Santo Antônio, já dentro dos limites de Campininhas.

“Estavamos prestes a atravessar o Ribeirão, quando começou a pingar. A chuva foi se avolumando até virar uma verdadeira tromba d’água. O vento furioso atirava a chuva de encontro ao rosto, enquanto os animais apenas podiam movimentar-se lentamente no lamaçal.

Foi assim, molhados até os ossos, que entramos na vila. Rumamos diretamente para a igreja onde nos esperava um senhor pequeno, de aparência modesta e trajado com suma pobreza. Era o piedoso vigário Pe. Inácio. Repletos de gratidão para com Deus e Nossa Senhora, cantamos o “Te Deum laudamus”...

Nota: A caravana missionária se compunha, além do Visitador Pe. Gebardo, dos PP.Spät e Silber, do subdiácono Lourenço Hubbauer e dos Irmãos Coadjutores Norberto, Gebardo, Ulrico e Vicente.