PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Decorridos quarenta e cinco anos, ainda se fala da maior procissão de enterro havida em Goiânia. Mais de 40.000 pessoas acompanharam os funerais do missionário que foi a esperança dos pobres, dos doentes e dos desenganados: Pe. Pelágio. Logo após o falecimento, ocorrido na Santa Casa de Misericórdia dia 23 de novembro de 1961, a capital se abalou. Antes que seu corpo chegasse à matriz de Campinas, uma grande multidão já o aguardava nas proximidades.Começou o desfile diante do caixão. Um desfilar de devotos que se prolongaria ininterruptamente até o sepultamento no dia seguinte. Todos queriam dar-lhe o adeus da despedida. Muitos devotos, entre lágrimas e orações, tocavam terços, medalhas e objetos no seu corpo. Um deles, mais afoito, chegou a cortar um pedaço da sua batina.As flores que eram colocadas no caixão, desapareciam por encanto, carregadas como relíquias. Foi necessário montar um esquema de segurança para refrear os ímpetos do povo.Muitos moradores da vizinha Trindade queriam por força, carregar o corpo do Pe. Pelágio para lá, uma vez que passou a maior parte da vida naquela cidade.Misturando-se com a massa popular, autoridades da Igreja e do Estado, vieram prestar-lhe as últimas homenagens.Às 3 da madrugada, enquanto o povo desfilava diante do caixão mortuário, tiveram início as celebrações litúrgicas, culminando com a solene missa de corpo presente às 16 horas. Em seguida saiu a histórica procissão rumo ao cemitério Santana. Verdadeira massa humana aglomerou-se nas ruas, porfiando todos em chegar o mais perto possível do caixão mortuário.O povo não permitiu que fosse transportado no carro fúnebre. Foi levado na ponta dos dedos. Era preciso sustentá-lo bem alto, a fim de prevenir algum incidente, pois o avanço do povo se tornava incontrolável.Quando o esquife baixou à sepultura, muitos voltaram repetindo: Pe. Pelágio não morreu. Vai continuar vivo no coração e na vida do povo que ele tanto amou, e por ele foi amado.
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