PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Até onde aceitar a moda?
Temos de admirar sempre a sabedoria dos provérbios que representam a experiência milenar de erros e acertos. Quando falamos “nem tanto ao mar, nem tanto à terra” estamos tentando mostrar que a busca do equilíbrio é o caminho mais razoável para se percorrer qualquer situação.
Há aqueles que preferem o risco e colocam em risco não só a si mesmo, como a família, os amigos, o trabalho etc... Às vezes dá certo, o que não justifica e nem desqualifica o ditado: “Nem tanto ao mar, nem tanto à terra”.
O difícil mesmo é descobrir o fiel da balança, o equilíbrio no pensar valores, no agir. Esse equilíbrio precisa ser buscado, faz parte de quem vive e trabalha tendo sua identidade, sabe por que faz as coisas e sabe aonde quer chegar.
Buscar esse equilíbrio não significa viver como um esquisitão anacrônico e misantropo, mas às vezes implica em ser diferente. E ser diferente não é erro.
Temos de olhar ao redor para não nos isolarmos do mundo e deixarmos de ser solidários no campo da criatividade sustentável. Por outro lado, não podemos patrocinar criações destemperadas e ridículas, apenas para estar na moda. Não podemos impressionar-nos com o que está na moda e, por isso, andarmos e sermos ridículos e esquisitos sem perceber que aquilo não cabe para nós e estamos entrando em conversas de quem não possui o equilíbrio suficiente para discernir as coisas. Aqui temos de seguir o conselho do sábio que diz: “Ver tudo, avaliar e segurar o que for conveniente”.
Esse equilíbrio só alcança aquele que tem identidade e não a renuncia para ser “Maria vai com as outras” só para ser moderno ou porque está na moda.
Sua identidade diz quem é você, o que você quer e aonde você quer chegar, avaliando sempre os meios dentro de um padrão ético, moral e religioso.
É realmente deprimente a pessoa que se esquece de sua idade, sua posição e funções sociais para simplesmente aderir à moda. Nivelar nunca foi o caminho educativo e construtivo. Já vi a reação de moradores de favela, quando padres e freiras quiseram morar no meio deles. Eles diziam: “Nós queremos sair daqui e vocês estão vindo para cá?” Aqui havia uma ideologia, mas não um caminho.
Imagine um juiz de direito com sua toga e com “caminhos de rato” nos cabelos! No misturar tudo, o ético e o moral acabam caindo juntos. Vi uma mãe de família, juntamente com os filhos, com sorvetes dentro da Basílica em Aparecida.
Se “a moda pega”, vamos ter de ressuscitar Willian Shakespeare que dizia: “O que era certo hoje é louco, e o que era louco hoje é certo”.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R
http://www.redemptor.com.br
EDITORA SANTUÁRIO
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