PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Lixo e sujeira são um novo pecado?
Sempre se espera que alguém de fora faça por nós o que devíamos fazer. Assim nos acostumamos com tudo até com a sujeira das ruas, na frente de nossas casas e sujeira dentro de casa. Se valer a psicologia, alguns estão bem ruins, porque tudo isso pode ser reflexo da desordem que anda por dentro das pessoas.
Com que facilidade as pessoas desembrulham compras e jogam o papel ou plástico na rua ou onde estiverem. É triste olhar as ruas emporcalhadas nas manhãs de finais de semana, principalmente onde há um ponto de encontro. Um triste retrato da cidade e do que vai pelo interior de cada pessoa.
Falar que isso é apenas questão de educação é minimizar o problema e reduzi-lo a uma longa espera até que as pessoas se eduquem. Se não se tem ordem interior ou conteúdo interior, se as pessoas não têm sensibilidade para perceber que devem respeitar o mundo criado por Deus e para todos nós, elas continuarão poluindo, sujando e destruindo, dando asas à animalidade sem freio.
Esperar que o poder público faça a limpeza é a pior escolha que fazemos, pois quantas vezes vemos os garis e as donas de casa varrerem o lixo para dentro dos bueiros nas ruas. E também sabemos que o interesse de manter a cidade limpa não é dos maiores.
Assim vamos, na medida em que andamos pelas ruas, nos deparando com a imundície criada por pessoas vazias e irresponsáveis, que desconhecem os elementos básicos da cidadania e da ética, acostumadas com a sujeira por fora e por dentro de si. O que será que um pai ou uma mãe desse naipe poderá dizer ao filho que joga papel de bala na rua?
Realmente ninguém dá o que não tem. Quando as pessoas ensinarem a respeitar uma árvore, a colocar o lixo no lixo, a pegar uma vassoura e limpar a frente de sua casa, poderemos acreditar que as crianças vão aprender a respeitar as pessoas e teremos a certeza de estar vivendo no meio de gente.
Ser sujo não é só questão de hábito, mas de ausência de sentimento humano e cristão e ausência da capacidade de olhar o mundo com os olhos de Deus. Ao terminar a criação, Deus viu que tudo estava bem feito, e se hoje algo mudou, temos de assumir a responsabilidade do que mudou. Assim vamos da casa para a rua, da rua para os pontos de encontro, do ponto de encontro para as feiras livres. Um desfile de nossa insensibilidade, de nossa falta de ética e de cidadania.
Que bem faria, para nos sensibilizar, uma campanha periódica de limpeza pública. Ser feliz não é mesmo para todos.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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EDITORA SANTUÁRIO
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