PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Em que consiste a prepotência?
Das forças que dominam ou pelo menos tentam dominar o mundo, a que mais machuca e humilha é a do poder. É impressionante como as pessoas são levadas a procurar o poder e a querer dominar os outros. Parece até que se trata de uma luta pela sobrevivência. Os poderosos matam, roubam, dominam. Mas também o mais simples empregado, se sobrar brecha, em pouco tempo está mandando, oprimindo os demais companheiros. Se observarmos as crianças, podemos perceber rápido os líderes, mas também vemos logo os “donos da bola”. Até em casa, ninguém quer ficar rebaixado, quase sempre todos querem estar com a razão. E o que dizer daqueles que volta e meia nos interpelam: “Você sabe com quem está falando?”
Essa prepotência é típica do ignorante que se impõe pelo título ou pelo dinheiro ou pela posição social. Ele não é capaz de se fazer ouvir de uma outra forma mais inteligente, então apela para esse chavão que merecia uma resposta bem malcriada.
Essa vaidade e orgulho já foram condenados por Jesus ao se referir aos fariseus e doutores da Lei que se valiam de sua posição social e da Lei para se imporem ao povo.
Será que vamos demorar muito para entender o valor de cada pessoa humana?
Não negamos o mérito de quem construiu honestamente seu nome, sua autoridade e se tornou digno de respeito. Nem ensinamos o desrespeito à autoridade legitimamente constituída desde que ela seja digna.
É impressionante como a pessoa simples não tem valor; isso é fácil de verificar nas filas de atendimento nos órgãos públicos, mesmo sabendo que quem nos está atendendo não tem a mínima condição de o fazer, pois está ali por proteção e apadrinhamento. Bem se diz que “pobre não tem vez”. Por outro lado já falou Jesus a respeito dos ricos: “Já receberam sua recompensa”.
Nessas alturas falar para um desses tipos de prepotentes sobre o mandamento do amor é perder tempo, porque ele não vê além do seu próprio nariz.
Se essa pessoa pudesse ver como ela é detestada no serviço, entre os pretensos amigos; perceber como ela é tolerada porque não há outro caminho; perceber como ela é ridícula.
Amanhã é certeza que, ao necessitarmos dos outros, essa arrogância acaba pela própria necessidade de sobrevivência. O que fazer com essa prepotência na velhice, na solidão, na doença?
Seria bom ler nos Evangelhos e se lembrar da festa do banquete onde os convidados não entraram, mas foram convidados os excluídos para ocuparem os lugares reservados. E o que diz a bênção final no casamento: “Abri vossas portas aos pobres e infelizes, que um dia vos receberão agradecidos na casa do Pai”.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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EDITORA SANTUÁRIO
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