Sou católica, mas acho uma falta de respeito para com meu filho batizá-lo, em vez de deixar que ele faça a sua escolha quando crescer. Por que a Igreja insiste em batizar as crianças?
Estou certo de que a Sra. pretende o melhor para seu filho. Mas me desculpe, acho que neste ponto está enganada. É uma ilusão pensar que ele vai crescer livre de qualquer influência. Se os pais não oferecem uma orientação para os filhos, o vazio será preenchido por outros: as companhias, a escola, a TV e todo o ambiente que os cerca ao longo de seu desenvolvimento. É muito certo querer que seu filho decida livremente o próprio destino. Mas é preciso ajudá-lo a fazer uma boa escolha.
Educar para a liberdade não significa deixar de indicar um caminho para a realização pessoal. Significa apenas que os valores e atitudes não são impostos, mas propostos, à medida que a criança vai-se tornando capaz de tomar verdadeiras decisões. Tenho certeza que a Sra. deseja que seu filho seja honesto, trabalhador, alegre, seu amigo, saudável e assim por diante. São valores que gostaria que se desenvolvessem nele. Certamente toma também medidas para facilitar este desenvolvimento, sem forçá-lo evidentemente.
Se a fé cristã tem valor para a Sra., não poderá deixar de desejar transmiti-la a seu filho. Na verdade, para quem crê de verdade, a fé, a relação pessoal com Deus, a adesão a Jesus Cristo e a seu Evangelho, a participação na vida da Igreja, são o que há de mais importante e decisivo na nossa existência. Por isso, a Igreja insiste no batismo das crianças, para não privá-las dessa riqueza. Naturalmente este gesto sacramental será incoerente, se não for acompanhado pela educação cristã. Desde pequena é preciso que a criança se acostume a gostar de Deus, a gostar de rezar e de fazer o bem aos outros, a exemplo de Jesus e de tantos discípulos seus.
É claro que estas atitudes não se despertam tanto com palavras, como com o testemunho de vida. Não são tanto as explicações como as experiências significativas que levarão a criança a adotá-las. Mas estes condicionamentos positivos não eliminam a liberdade das escolhas que ela fará no campo religioso e, em geral, no conjunto de sua vida. Servirão, porém, para neutralizar o influxo de muitas outras mensagens, não raro destrutivas, que a bombardearão continuamente. Se ela aprendeu a refletir e a orientar os seus impulsos espontâneos de acordo com a verdade, a justiça e a solidariedade, fará a sua escolha livremente. Esperemos que confirme através da adesão pessoal a Cristo a fé que recebeu no batismo. A oração confiante, que traduz este desejo, é o mais que podem fazer os pais diante do mistério da liberdade dos filhos adultos.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Sobre essa questão ainda me ocorre uma evidência civil e muito importante para a vida de cada pessoa:
ResponderExcluirAlguém imaginou como seria se os nomes de cada pessoa não fossem escolhidos pelos pais à época de seu nascimento?