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Padre Antônio de Queiróz CSsR
- Queridos leitores do Site Redeman, eu até hoje não sei como agradecer a Deus aquela bendita noite, dentro das Missões Redentoristas, em que o missionário me disse, na lata: "Você não gostaria de ser redentorista?" Na verdade, não foi só a mim o convite. Éramos uns 50 moços, amontoados, em pé, dentro de uma salinha, ouvindo a palestra do padre. Aquele convite estourou dentro de mim como uma bomba, porque eu achava que já havia passado da idade, pois tinha acabado de completar 17 anos.
Eu era muito ligado à Igreja, inclusive coroinha, e ajudava as Missas quase todos os dias. Acompanhava também o padre, quando ele ia celebrar Missa na roça. Me lembro de uma noite em que, após a Missa, celebrada debaixo de umas árvores, quando fomos voltar para casa, haviam esvaziado todos os pneus do nosso jipe. Eram algumas pessoas que exploravam o povo através do exercício da macumba, e se viram prejudicados pela homilia do padre. No entanto, eu achava aquilo fantástico, mas nunca pensei em ser padre.
No escritório onde eu trabalhava, o pessoal descobriu que, antes de ir para o trabalho, às vezes eu assistia à Missa, e então me chamavam de sacristão. Brincadeira, claro, porque éramos amigos. Era o escritório de uma fábrica de manteiga, chamada Malibú, com mais ou menos uns 60 funcionários. Nesta fábrica era eu que fazia os pagamentos aos funcionários, pois cuidava do caixa. Gostei muito do tempo que passei naquela fábrica. Era o maior laticínio de Frutal (MG).
Depois daquelas Missões, em julho de 1958, eu escrevi uma carta para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP), dizendo que eu queria ser um missionário igual aqueles que estiveram na minha terra. Mas não sabia se podia, pois eu achava que já havia passado da idade. Recebi uma resposta curta e direta: "Venha e traga as malas. Mas sem compromisso". Vim, e aqui estou.
A minha família era muito ligada à Igreja. A gente rezava o terço em casa. A minha mãe era a rezadeira de terços no bairro. Ela até cantava em latim, mesmo sem entender nada. Quer dizer, na verdade ela entendia tudo, mas com o coração. Este era um costume que ela herdou da minha vó, que inclusive rezava todos os dias as "Horas Marianas", um livro grosso que meu trisavô trouxe de Portugal.
Tanto na minha casa como na casa dos meus tios, a primeira coisa que as crianças aprendiam a falar era o "Nome do Pai". E ai da mãe de uma criança que balbuciasse a palavra "mamãe", antes de saber fazer o Sinal da Cruz, com gestinho e tudo. Eu pensava que todas as crianças do mundo eram assim. Bobo que eu era, não? Hoje existe marmanjo aí, que não sabe fazer o Sinal da Cruz! Se minha vó estivesse viva, tenho certeza que ela daria uma bronca nas mães desses marmanjos.
A vida na minha família era toda centralizada na fé. Assim minha mãe viveu até a morte, com 79 anos de idade. Ela sempre foi ministra da eucaristia e catequista. Meu pai faleceu quando eu tinha 4 anos de idade. Mas as poucas lembranças e as informações que tive dele foram sempre ótimas. Um santo homem de Deus.
Depois que fui ordenado padre, em 1972, minha mãe me contou das orações que fazia pela minha perseverança. Antes não havia contado de medo de com isso me forçar um pouquinho a continuar. Mas eu sabia tudo, pois lia nos olhos dela.
Eu diria para as famílias: Sejam felizes por ser família! É um grande dom no mundo. Cultivem em casa um pouco de penitência, porque a criança que crescer solta, sem religião nem disciplina, mais tarde vai cair na droga. A droga é o caminho normal de quem não aprendeu o sentido da cruz. Quanto aos jovens, rapazes e moças, olhem para frente. Procurem ser mais. Subindo sempre na vida, no sentido correto. Sem desanimar diante dos obstáculos, porque Deus, que nos criou, nos deu capacidades imensas, que não exploramos nem conhecemos. Só nas horas de dificuldade é que elas aparecem. O importante é abrir a primeira porta que estiver fechada na frente, sem pensar nas outras que virão depois, que também estão fechadas. Porque Deus sempre mostra como abrir, mas na hora certa, não antes. "Não vos preocupeis com o dia de amanhã".
Em dezembro de 1995, vim de Pernambuco aqui para o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Foi uma romaria comprida, e duradoura. Já fazem quase 8 anos e ainda não terminei. Por isso quero continuar aqui. Quando tenho alguma dificuldade, olho para a Santa e digo: "Ó Senhora Aparecida, Mãe de Deus, rogai por nós!" Tenho certeza que essa prece é capaz de virar o mundo. A prece não. Ela, ou melhor: Ele, em atenção ao pedido dela.
Se for para você avançar para águas mais profundas, vá em frente. Não se esqueça: "Há um barco esquecido na praia". Quem sabe seja o seu. O meu também está lá, porque ainda não avancei para águas mais profundas. Mas aos poucos vou remando, remando... Você e eu rezaremos um pouco um pelo outro tá? E se, lá em alto mar, o nosso barco estiver cheio de peixes, daremos sinal um para o outro, pedindo ajuda. "Como é bom os irmãos viverem juntos e se amarem!"
Quem sabe, você prezado leitor desta coluna vocacional no Site Redeman, nós redentoristas, nós e você, juntos, estejamos um dia em alto mar! Escreva para o Irmão Manoel, ou então para o Chicão. Sabe quem é o Chicão? É o Padre Francisco de Assis, aquele barbudo que atualmente está trabalhando no Secretariado Vocacional Redentorista. Por trás da barba tem um sorriso maravilhoso e um coração tão generoso, do tamanho do mundo. Então vindo a Aparecida, não deixe de visitar o Seminário Santo Afonso, porque é lá que eles moram. Fica a 10 minutos a pé da Basílica.
Meu abraço a você leitor desta página vocacional do Site Redeman: Abraço também do Irmão Manoel e Pe. Francisco que trabalham no Secretariado Vocacional, igualmente forte abraço dos seminaristas, dos padres e irmãos de Aparecida.
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