DOM JOSÉ SILVA CHAVES |
O primeiro mandamento da Igreja é: Participar ativa e piedosamente da Santa Missa nos domingos e dias santos. Vejo com dor no coração, como o Dia do Senhor é desprezado, violado nesta querida Terra de Santa Cruz.
Os povos que não celebram cristãmente o domingo caminham rapidamente para a ignorância religiosa, perdem todo contato com a Igreja de Jesus Cristo, a Igreja à qual pertencemos pelo nosso batismo, com a Palavra de Deus e com o mesmo Cristo; chegam a paganizar-se por completo.
É uma triste realidade. Mas os povos onde a fé cristã está mais viva são aqueles que com mais sentido cristão celebram o Dia do Senhor.
A prática religiosa do domingo é um sinal evidente da religiosidade de um povo. Nosso povo está perdendo cada vez mais este sinal de religiosidade: os trabalhos braçais continuam tanto nos campos quanto nas cidades, já não se distingue o domingo de qualquer outro dia da semana, a freqüência às missas diminui cada vez mais e até encontramos católicos (?), que trocam a missa do domingo pela missa da saúde (?) nas terças-feiras, e ficam de consciência tranqüila, ignorando ou desprezando o preceito da Igreja. Infelizmente esse relaxamento está se tornando geral.
A idéia que os cristãos têm do domingo é verdadeiramente ridícula: dia de passatempo, diversões, esportes, descanso ou simplesmente repouso das duras horas de trabalho da semana; consideram até como um preceito odioso, uma carga: a participação obrigatória da Santa Missa dominical.
Muitos convertem o domingo num dia maldito, num domingo às avessas, num anti-domingo: dia de pecado, de jogatina, de embriaguez, impureza; dia do diabo, “dies diaboli” em vez de “dies Domini”. A maior parte dos homens comete mais pecados em um só domingo que no resto da semana.
Isso é uma verdadeira caricatura do dia do Senhor: profanação, desprezo. Mas o domingo não é isso não, é, ao contrário, a comemoração gloriosa do grande triunfo de Cristo sobre a morte e sobre todos seus inimigos; é a comemoração do acontecimento central do cristianismo. É também a grata recordação do nosso batismo.
Por que os primeiros cristãos começaram a celebrar seu dia festivo semanal no domingo e não no sábado, já que provinham do judaísmo? É certo que os apóstolos e os primeiros discípulos de Cristo seguiram considerando o sábado como dia festivo; dedicado à oração e à pregação entre os judeus. Mas rapidamente o domingo suplantou o sábado. Por que? Porque no domingo, primeiro dia da semana judia, ressuscitou Jesus Cristo; no domingo tiveram lugar as aparições de Cristo Ressuscitado; no domingo teve lugar o acontecimento de Pentecostes.
Todos estes fatos acontecidos no domingo moveram os primeiros cristãos a celebrar o domingo como o dia santo, o dia de reunião e o dia da presença de Cristo Ressuscitado entre eles.
E isso é precisamente o que comemoramos cada domingo: revivemos a Páscoa da Ressurreição cada semana do ano. Páscoa se repete semanalmente para o bom cristão-católico.
Dom José Silva Chaves
Bispo Emérito da Diocese de Uruaçu/GO
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