Dom Aloísio Roque Oppermann - Arcebispo de Uberaba - E mail: roqueopp@aol.com
Na paisagem da Igreja no Brasil, os filhos do santo bispo Afonso de Liguori, conquistaram um espaço notável. Se já não fosse o zelo e a dedicação exemplar em favor dos romeiros de Aparecida – em si razões suficientes para uma consagração popular – sempre mantiveram em nossa pátria as Missões Redentoristas, verdadeiros paradigmas para a renovação espiritual das Paróquias.
É evidente que a tônica de suas pregações, e a dinâmica de seus métodos, tem um rosto totalmente diferente antes e depois do Concílio.
Antes os corações tíbios eram sacudidos pelos Novíssimos (verdades derradeiras da existência), por pregações muito diretas sobre os deveres cristãos, e pelo convite forte para a vivência do sacramento da penitência, com a abertura final para a Eucaristia. Sem esquecer seus cantos marcantes chamando à conversão...
Depois do Concílio, não deixaram de lado a beleza da vida sacramental e a pregação das verdades permanentes. Mas agora as atenções foram direcionadas nitidamente para uma melhor vida comunitária, direcionada para pequenas comunidades.É aqui que se encontra sua grande guinada pastoral.
Foi a criação e a valorização de uma verdadeira pastoral urbana. Criaram os assim chamados “Setores”, incrustados na paisagem paroquial.
São divisões de ordem geográfica (um ou dois quarteirões), com vinculação de mais ou menos 30 famílias. Tais Setores são agrupados, por sua vez, em Comunidades, que formam no seu conjunto, a Paróquia. Cada Setor tem bastante vida própria, com coordenação, e vivência de várias pastorais.
O que são esses Setores? São uma subdivisão geográfica de tarefas e de vida cristã. Atingem a personalização das relações humanas.
A vida paroquial, sem exigir a presença física do pároco, torna-se presente em qualquer recanto da comunidade paroquial. Essa iniciativa pastoral conseguiu sintonia com a alma dos católicos. Defeitos? Se existem, relato dois.
Um é que a atividade pastoral dos Setores não abre espaço fácil para ideologias. Caso alguém quisesse fazer crescer as lutas de classe, e organizar reuniões “quentes”, em pouco tempo descobriria que não há calor do sol para elas. São uma resposta objetiva à formação de comunidades eclesiais de base. Seu objetivo é primordialmente religioso e caritativo/social.
O outro defeito (?) é que Setores em bom funcionamento dão muito trabalho, e exigem muito tempo. Por isso, passadas as Missões, muitas Paróquias deixam esse empenho todo na saudade. Mas quem procura manter a organização, tem em mãos um excelente instrumento de trabalho, que traz no seu bojo a solução dos principais problemas pastorais.
Na minha vida de Padre, tive a satisfação de trabalhar com os missionários redentoristas. Acreditei no seu método, por considerá-lo uma inspiração do Espírito Santo. Procurei levá-lo em frente. E até trabalhei duas vezes com eles. Uma vez foi numa Paróquia em Curitiba, e outra em Varginha (MG). Mantive, em cada Paróquia, por seis anos, toda essa organização em funcionamento.
Dava possibilidade de manter um conhecimento perfeito de cada recanto das comunidades. Essa organização obteve, além de tudo, um resultado inesperado: acabou por paralisar totalmente a penetração das seitas.
Desejo que os discípulos de Santo Afonso continuem nos seus ótimos trabalhos. Quem sabe, no futuro novamente os chamarei, para novas incursões apostólicas entre o nosso povo. Trabalhando agora, no entanto, com as “Missões Populares” (Projeto da CNBB), verifico como o saldo deixado pelos redentoristas ainda é duradouro.
Dentre os quatro mil trezentos e cinqüenta missionários leigos que treinamos na arquidiocese de Uberaba, a maioria passou pelas mãos encorajadoras da Congregação do Santíssimo Redentor, em anos anteriores. Seus métodos continuam produzindo frutos, e facilitam enormemente a compreensão e concretização do “Projeto queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida”.
Texto extraído do site Missões Redentoristas
De onde vem a força e inspiração dos missionários redentoristas?
ResponderExcluir"....Em Sé de Santa Ágata no Goths, perto de Nápoles, Afonso Maria de Ligório descobriu mais de 30.000 homens e mulheres analfabetos e 400 padres indiferentes. Por 13 anos, ele alimentou os pobres, instruíu as famílias, reorganizou os seminários, as casas religiosas, ensinou teologia e escreveu vários tratados..."
AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, o fundador da CSsR, o mariólogo austero que continua indicando aos missionários o verdadeiro caminho da evangelização....