
É a casa para formação dos missionários redentoristas, aos pés da Padroeira da cidade, Nossa Senhora Aparecida.
Lá cheguei para ficar por mais seis anos, completando ainda três anos de ginásio (primeiro grau), considerando que tinha cumprido meu primeiro ano na casa da Pedrinha, e mais três anos em um misto de Clássico/Científico (segundo grau).
Ali os estudos eram intensos e havia muito rigor no ensino das matérias. Aulas diárias de português e latim. Aprendizado de línguas como o francês, inglês e até o grego! A matemática englobava a aritmética, a álgebra, geometria e trigonometria. Além disso tudo a física e a química com suas fórmulas e experimentos...
O Padre Rodrigues, José Rodrigues de Souza, era o professor de português. Baixinho e magrinho, de cabelo penteado como típico argentino. Mas escrevia no espaço total do quadro negro, ainda que necessitasse ficar nas pontas dos pés e depois sair com resíduos de giz na ponta do nariz. Sua letra era muito bonita. Era exigente e gostava de corrigir com caneta de tinta bem vermelha, chamando a atenção para os erros. Às vezes havia mais vermelho do que azul, após a correção da lição de casa. Ele ajudou o Professor Napoleão Mendes de Almeida a fazer a GRAMÁTICA METÓDICA DA LÍNGUA PORTUGUESA.
O Padre Azevedo, além de ser o meu confessor espiritual, era o professor de Latim. Muito consciente e preciso na matéria, com base no manual ARS LATINA, passava-nos o conhecimento da língua morta que estava presente em todas as celebrações religiosas e nos breviários de orações diárias que eram cumpridas por todos os padres religiosos.
A matemática ficava por conta do Padre Cherubini, que tinha muita afinidade no mundo da física e química. Era um brilhante professor...um cientista!
O Padre Isidro, por meio do MY ENGLISH TEACHER e do YASIGI METHOD, ministrava-nos o conhecimento da língua inglesa e o francês ficava por conta do Padre Vitor Hugo.
O Padre Peixoto mostrava-nos os caminhos das plantas pela Botânica.
Os conhecimentos de História Geral eram transmitidos pelo Padre Carlos Silva. Aqui uma lembrança especial: o Padre Silva ficou pelo menos três meses ensinando sobre Napoleão Bonaparte, de quem era um fã decidido! Conta-se ainda que o Pe. Silva desenvolvia particularmente estudos sobre fenômenos científicos paranormais, como a “transmissão de pensamentos”. Dizem, após ter saído do seminário maior em Tietê, já sagrado sacerdote, tinha ainda de continuar estudos sobre a História da Igreja e Teologia ainda por cinco anos, ao mesmo tempo que desempenhava suas funções sacerdotais. No final de cada ano, eram enviadas, pelos teólogos do seminário maior de Tietê, as questões no sentido de fazer a complementação dos estudos. Em uma dessas ocasiões na conversa de recreio, o Pe. Silva falou a um confrade que conseguiria saber por antecipação, isto é sem qualquer informação da equipe examinadora e antes mesmo do conhecimento do Padre Penteado, então reitor do SRSA, quais seriam as questões definidas em Tietê, apenas precisava saber o momento em que estariam sendo elaboradas.
O confrade duvidou e, com a devida anuência do Pe.Silva, falou com o padre reitor sobre aquele assunto. O Pe.Penteado, quando tinha as questões em mãos, chamou o Pe.Silva e solicitou-lhe que informasse seu conteúdo.
O Pe.Silva, sem qualquer conhecimento prévio da prova, mencionou ao Pe.Penteado as 5 perguntas ficando apenas uma inversão entre a 4ª e a 5ª.
Ao consultar os examinadores de Tietê, o Pe.Reitor soube que foi cogitado o cancelamento da 4ª questão, mas isso não foi efetivado e o que antes era o item 4 passou a ser 5 e vice-versa. Conclusão: o Pe.Silva havia acertado inclusive a ordem inicial das perguntas. (Em 2008, ao participar do XIII ENESER, tive a confirmação direta do Pe.Silva desse fato!)
Antônio Ierárdi Neto
(Tampinha II)
Caro Ierardi, de quem é a foto?
ResponderExcluirEsta foto é do autor deste artigo, conhecido ainda como "Tampinha" !
ResponderExcluirUm abraço!
Caro IERARDI,
ResponderExcluirAqui é o Furquim, obrigado!