A MISSÃO POPULAR E SUA ORIGEM
( dados históricos - Província de São Paulo )
Pe.LAURO MASSERANI CSsR.
Alguns colegas extraordinários.
Em primeiro lugar, quero manter a maior distância possível de julgamento pessoal. vou falar de fatos que envolvem pessoas vivas, que foram sujeitos da missão redentorista paulista. Desde já peço desculpas se não for fiel ao que realmente se passou. Uma coisa é certo. A missão está aí, atualizada e sendo atualizada, por gente de carne e osso que pensou, amou a missão.
Pe. José Carlos de Oliveira, o Carlinhos e hoje D. Carlos, bispo de Rubiataba - Goiás. Carlinhos recebeu de Deus, além de sua piedade e um grande espírito de fé, o dom de ser um ator extraordinário, sobretudo um comediante. Esse espírito moleque, que sabe rir, mesmo quando se deve chorar, ajudou muito na sua liderança no grupo missionário. Nas horas difíceis sabia rir, acalmar os ânimos. Sabia promover os colegas, criar um clima alegre onde estava e os acontecimentos mais desabonadores ele os assumia para si, sempre rindo de si mesmo.
Em 68 e 69, fui mandado para Roma, juntamente com o Pe. João Carvalho, Ítalo Zômpero e Pe. Rubem Leme Galvão. Era um curso de reciclagem, de "aggiornamento" como se chamava naquele tempo. O mais importante dessa estadia na Europa, foi o contato com os redentoristas espanhóis, dos quais trouxeram um temário novo, segundo a visão nova do Vaticano Segundo. Os espanhóis tinham fundado em Madri o Centro de Estudos e Planificação Missionária - (CESPLAM) - e estavam publicando um novo temário dos anúncios missionários, celebrações e conferências, Estes textos chegaram até nós através desses confrades. Mais adiante vamos falar como esse temário foi adaptado pela equipe.
Voltando da Europa, Carlinhos ficou membro do Conselho Missionário. Já como conselheiro, fez com as irmãs missionárias o curso da fase, uma organização que ajudava fazer planejamentos pastorais, dinâmicas e semelhantes. A partir desse curso é que nasceram algumas coisas que hoje agente acha normal.
Em 1972, sai o primeiro calendário missionário para o ano todo. Nesse mesmo ano, começa um melhor tratamento da lista de pedidos de missão e de relacionamento com os párocos. Juntamente com o Pe. Copetti, são os primeiros "olheiros". Saíram visitando as paróquias que tinham pedido missão e explicando como seria a missão. Não esqueçamos de que estamos num tempo em que a missão estava em baixa como pastoral extraordinária. Era um tempo de conquistar espaço.
Em 1973, foi o Carlinhos que deu mão forte na experiência de Perdões. Não podemos deixar de dizer uma palavra especial ao Pe. Daniel Tamassia, grande missionário. Muito amigo de Carlinhos, formavam uma dupla criativa. O Pe. Daniel influenciou muito na dimensão comunitária da missão. Foi especialmente criativo nas cerimônias. É dele a celebração da fraternidade. Junto com o Carlinhos, prepararam e coordenaram as missões na diocese de Juazeiro da Bahia em 1971.
Pe. Délcio Viesse. Nesse tempo de transformações do rosto da missão, sua funcionalidade pastoral, não podemos deixar de lado uma presença toda especial do Pe. Viesse. Ele trabalhou sobretudo os conteúdos da missão. Pe. Viesse, homem de Deus, homem inteligente, músico, professor muitos anos de música e latim, caprichoso, perfeccionista, respeitado pelos colegas, foi um dos que mais trabalhou o conteúdo missionário. Dono duma retórica brilhante, foi sem dúvida o melhor pregador nosso em conteúdo. Os seus problemas vasculares nas pernas e depois no coração o impediram de continuar na missão.
Foi ele que mais estudou o Cesplan e começou a introduzir aos poucos o novo temário. Uma vez que suas pernas não permitiam muito trabalho de rua, ele se dedicou a atualizar as conferências para homens e senhoras. Montou as celebrações das bênçãos com cadernos para poder haver maior participação. As celebrações penitenciais passaram por inúmeras experiências e redações. O cronograma atual é montagem dele, começando na missão de Perdões. Não nos esqueçamos que a Novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é também dele.
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